Indústria e importador acirram batalha no setor de máquinas

SÃO PAULO – A batalha entre os fabricantes brasileiros de máquinas e os importadores de bens de capital está acirrada. As importações desses produtos continuam a crescer e devem somar US$ 2,2 bilhões até o final do ano, de acordo com estimativa da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas-Ferramenta e Equipamentos Industriais (Abimei). O valor significa uma elevação de 42% em comparação ao total de 2009.

Essa elevação revolta a indústria brasileira de bens de capital mas, segundo a Abimei, é consequência da situação da indústria nacional. “Os fabricantes do Brasil nem sempre têm condições de atender o mercado“, afirma Ennio Crispino, presidente da Abimei. “Os equipamentos importados são uma opção com prazo menos dilatado.”

A indústria brasileira, no entanto, contesta essa afirmação. Segundo Mário Bernardini, consultoreconômico da presidência da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a ideia de que a indústria brasileira não teria condições de atender aos prazos dos clientes é equivocada.

“Nós estamos 15% abaixo dos níveis de produção de 2008, é improcedente dizer que não se podem atender prazos”, garante Bernardini. “Se o Brasil mantiver o crescimento de 5%, deve permitir um nível de investimento bruto de 7% a 8% [do Produto interno Bruto, PIB], e será atendido por produtos nacionais ou importados, de acordo com a competitividade”.

No entanto, segundo o presidente da Abimei, as importações de maquinário e ferramentas este ano foram feitas também por indústrias que não costumavam comprar bens de capital no exterior. Essa situação, para ele, mostra que a opção de compra de fabricantes internacionais é também uma questão de custo e benefício.

Bernardini, da Abimaq, afirma que o Brasil chega a um nível de importação que pode causar danos irreversíveis à indústria do País. “Com as taxas de juros mantidas e gerando, por consequência, valorização do câmbio, as importações vão continuar crescendo”, afirma Bernardini. “Nós voltamos a importar coco da Malásia, para se ter uma ideia.”

O câmbio é visto pela Abimei como um fator pouco relevante. “A questão cambial não é o principal fator, mas favorece a decisão”, explica Crispino. “Se o dólar fosse cotado a R$ 2 [acima da cotação atual], muitos outros projetos sairiam da gaveta e demandariam mais bens de capital.”

Importadores

O grande responsável pelo aumento das importações neste ano foi o setor automotivo, que consumiu 70% dos equipamentos fabricados fora do Brasil. Impulsionados pelo alvoroço do mercado nacional – que se tornou em 2010 o quarto maior consumidor de automóveis do mundo -, o crescimento do setor, segundo a Abimei, ainda depende do aumento da demanda para ampliar a produção.

Existem diferentes perfis de importadores, como explica o principal executivo da Abimei. De acordo com ele, existem as empresas multinacionais, que importam de si mesmas; há também os distribuidores, que compram de fabricantes sem sede no Brasil e funcionam como canais no mercado nacional.

Os distribuidores, que são em maior número, movimentam 80% do volume de mercadorias que chegam ao País, apesar de serem responsáveis por apenas 30% do faturamento das importações. Segundo Crispino, os produtos importados via distribuidores normalmente são itens de tecnologia mais baixa, às vezes ferramentas manuais. Os principais países produtores são os asiáticos China e Taiwan.

“O preço mais competitivo dos fabricantes asiáticos tem uma diferença conceitual dos produtos do mercado nacional”, explica Crispino. “Os asiáticos produzem com uma escala muito maior que os fabricantes locais e conseguem preços mais competitivos.”

Por outro lado, fabricantes de maquinário com tecnologia mais sofisticada – média e alta tecnologia -, que respondem por 60% a 70% do faturamento das importações do setor, colocam no circuito nacional apenas 20% de tudo o que é importado de máquinas e equipamentos.

Empresas como as japonesas Mazak, Okuma e Mori Seiki; e as coreanas Doosan e Kia suprem o mercado brasileiro com equipamentos que se destacam como uma opção tecnológica, segundo a Abimei. “Estes equipamentos são também uma opção tecnológica que não pode ser suprida no País”, explica Crispino.

Ao lado das asiáticas, também estão as alemãs TMG e Trumpf, além da norte-americana Haas, como principais fornecedoras de máquinas de maior valor.

 

fonte: DCI

Seminário no Rio de Janeiro vai discutir relações econômicas e comércio Brasil-Portugal

O seminário pretende apontar oportunidades de investimentos e cooperação, soluções para entraves e controvérsias do comércio exterior brasileiro.

 

Rio de Janeiro – O estado atual das relações econômicas e comerciais e do fluxo de investimentos diretos entre Brasil-Portugal é o tema do “Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos Brasil-Portugal”, que será realizado no próximo dia 6 de dezembro, no Rio de Janeiro.

Numa iniciativa conjunta da Federação das Câmaras Bilaterais e Confederação Nacional do Comércio, de Bens e Serviços – CNC-RJ, com o apoio do Conselho das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil (CCPCB) e da Câmara Portuguesa de Comércio do Rio de Janeiro, o seminário pretende apontar oportunidades de investimentos e cooperação, soluções para entraves e controvérsias do comércio exterior brasileiro e para a balança de transações correntes.

O evento conta com o apoio institucional do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Os organizadores do seminário contam com a participação de especialistas em comércio exterior e relações internacionais, representantes governamentais do Brasil e de Portugal, empresários e técnicos.

Estão previstas as participações do secretário de Estado do Comércio de Portugal, Fernando Serrasqueiro, do presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, Basílio Horta, e do representante da entidade no Brasil, Bernardo Ivo Cruz, assim como de António Almeida Lima, cônsul geral de Portugal no Brasil.

Do setor empresarial, estarão representadas a Petrobras, Galp, Caixa Geral Brasil, EDP Energias do Brasil, ANA e Infraero. O presidente do CCPCB, Rômulo Alexandre Soares, é outro dos palestrantes.

A participação no seminário é gratuita, sendo apenas necessária a inscrição por e-mail enviado a fcce@cnc.com.br, para que os interessados sejam incluídos na lista de convidados.

 

fonte: PORTUGAL DIGITAL

Maior preço da carne bovina para a União Européia

Conforme demonstrado recentemente nesta mesma seção, o faturamento com as exportações de carne bovina para a União Européia cresceu 13% no acumulado de 2010, comparando com o mesmo período de 2009, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), analisados pela Scot Consultoria.

Isso ocorreu em função do aumento do preço da carne exportada para o bloco, já que o volume permaneceu praticamente o mesmo.

Aliás, outubro deste ano registrou o maior preço médio de carne bovina exportada para a União Européia desde outubro de 2007. Em seguida houve a paralisação das exportações por problemas no Sisbov, por isso a queda brusca das cotações, já que o Brasil parou de exportar carne in natura e passou a exportar mais carne industrializada.

De qualquer forma, pelo menos em dólares, os preços médios da carne brasileira na União Européia estão aumentando. Agora só faltava o câmbio ajudar um pouquinho.

 

 

Fonte: Scot Consultoria